“O Desenvolvimento da Criança” foi o tema das jornadas que decorreram, ontem, no auditório do Museu Casa da Luz e que contou com a presença do presidente do Instituto da Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP, RAM (IASAÚDE), Maurício Melim. Organizada pela clínica de fisioterapia e ginásio Equilibrium, marcando assim a abertura do Centro da Mulher e da Criança, esta iniciativa contou no seu painel de oradores com especialistas regionais e nacionais que informaram pais e cuidadores sobre o desenvolvimento normal da criança, sinais de alerta e factores de risco. Maria da Graça Andrada é presidente da Direcção Nacional da Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral e ontem abordou a intervenção precoce em crianças com atraso no desenvolvimento. Aquela pediatra adiantou que a Madeira tem colaborado no registo da paralisia cerebral a nível nacional para saber quantas crianças existem com este problema. «Esta é uma doença que exige um apoio continuado e a Região tem uma associação, um centro de desenvolvimento e com mais esta unidade será importante para dar apoio às crianças e famílias ao nível da educação para serem incluídas nos jardins de infância com outras crianças». No seu entender, «todo o apoio que estas crianças tiverem nas primeira idades, pode torná-las mais aptas para a inclusão social». Neste sentido, realçou a importância de os pediatras estarem atentos aos primeiros sinais no atraso do desenvolvimento da criança para que a intervenção seja mais rápida. Na Madeira, vão ser desenvolvidas acções nos centros de saúde para alertar para os problemas do desenvolvimento infantil. Nem todas as crianças são bebés de revista. Uma outra oradora foi a fisioterapeuta Elisabete Marques, docente na Escola Superior de Saúde de Alcoitão, que focou a questão da abordagem da equipa multidisciplinar em crianças com atraso no desenvolvimento. No entanto, defendeu ainda que estas equipas devem abranger as famílias, já que o primeiro impacto de quando se vêm a braços com uma criança portadora de deficiência é sempre negativo. «Quando se programa uma criança é sempre “Nestlé”, loura, olhos azuis e perfeita e quando a criança sai destes padrões, ainda por cima numa sociedade que dá muito valor à imagem é difícil aceitar e aqui o profissional tem de entender o tempo da família para se adaptar ao novo filho», explicou. Na sessão de abertura das jornadas, o presidente do IASAÚDE, Maurício Melim, sublinhou que um dos objectivos do programa de Governo até 2011 é o de promover a saúde, «dando anos de vida». Além disso, existe a Estratégia Regional para a Infância e Adolescência que prevê a cooperação entre os diversos organismos, tudo porque «a saúde tem de ser assegurada». |
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